De todos os tormentos
O existirForma branda dos lamentos
De uma vida a se extinguirDe todas as tentativas
A falhaDe ocultar as formas vingativas
Desta pobre alma em mortalha
Desta pobre alma em mortalha
De avultar-se entre os errantes
E procurando com tal afã
Com mui força, mais que antes
E procurando com tal afã
Com mui força, mais que antes
Eleva-te em prantos
Tu que procura alento
Entre ferimentos tantos
Um bálsamo neste momento
Uma busca incessante
Por respostas, confirmações
Uma caminhada perturbante
Desamores, decepções
Velho hábito melódico
De amar e entregar-se
Um mesmo fim melancólico
Por sempre enganar-se
Na mirante alma abatida
Vagando num mundo de sonho
Triste, vil, deprimida
Num pesadelo medonho
Entre tantos grilhões
Condenada a perfídia
Encerrada em prisões
Pobre alma sem vida
Ana Paula Wesendonck e Gilson Fernando