sábado, 19 de abril de 2014

(re)torna

E como que
num sopro de 
(auto)respeito,
dignidade e,
amor(próprio)...
Fuzila,
mata,
arranca,
sufoca,
retira do peito
todo o sentir.
Cada gota,
qualquer resquício
do sentimento devotado.

Não há mais no peito
o amor devoto,
puro e
sincero,
outrora entregue com o anseio, 
com a pressa,
de uma criança seduzida,
curiosa, 
terna.

Há apenas
a marca deixada,
o vazio, 
o frio,
como lembrete,
como lembrança.

Não mais sentir,
nem por este, 
nem por outrem,
o querer,
o querer bem,
o dividir os sonhos,
os planos, 
o peso, 
a leveza,
a vida.

Reflete,
acalma, 
acostuma,
(re)torna ao só.
É ela.
É ela e só.


A. Wesendonck